Ca fleurit comme une herbe sauvage
N'importe où, en prison, à l'école,
Tu la prends comme on prend la rougeole
Tu la prends comme on prend un virage
C'est plus fort que les liens de famille
Et c'est moins complique que l'amour
Et c'est là quand t'es rond comme une bille
Et c'est là quand tu cries au secours
C'est le seul carburant qu'on connaisse
Qui augmente à mesure qu'on l'emploie
Le vieillard y retrouve sa jeunesse
Et les jeunes en ont fait une loi.
C'est la banque de toutes les tendresses
C'est une arme pour tous les combats
Ca réchauffe et ca donne du courage
Et ça n'a qu'un slogan " on partage"
Au clair de l'amitié
Le ciel est si beau
Viens boire à l'amitié
Mon ami Pierrot
L'amitié c'est un autre langage
Un regard et tu as tout compris
Et c'est comme S.O.S. dépannage
Tu peux téléphoner jour et nuit.
L'amtitié c'est le faux témoignage
Qui te sauve dans un tribunal
C'est le gars qui te tourne les pages
Quand tu es seul dans un lit d'hopital
C'est la banque de toutes les tendresses
C'est une arme pour tous les combats
Ca rechauffe et ca donne du courage
Et ca n'a qu'un slogan : "on partage"
Herbert Pagani
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Bye TAAG
Quando deixei a TAAG, fui trabalhar para a Astaldi – um emprego que me arranjou a minha amiga Gisela.
A Astaldi era uma companhia Italiana de construccao civil. Era uma companhia de servicos as petroliferas.
Posso afirmar, sem receio de engano, que foi um dos empregos em que mais aprendi. Talvez nao necessariamente coisas essenciais ou coisas que necessitava aprender, mas de qualquer modo foi muito educativo. Na Astaldi aprendi que as petroliferas constroem armazens para guardar lama. Alias era uma das maiores fontes de rendimento da companhia, os armazens de lamas. Ao principio ate pensei que tinha percebido mal, mas depois de ver a palavra em frances e em ingles nos documentos da companhia, tive de me render a evidencia e aceitar que era realmente isso que eles construiam: armazens de lamas!
La aprendi tambem que os Italianos precisam de escritorios espacosos – muito maiores do que aquele em que estavam alojados, na Rua Mouzinho de Albuquerque. Infelizmente, la espaco nao havia muito e o resultado era que o pessoal angolano estava sempre no lugar errado, entre 2 italianos, o que era bastante mau para a nossa saude, ja que quando eles conversavam nos tinhamos que evitar levar com os gestos deles na cara. O pior era que frequentemente eles nao conversavam, discutiam quase ao ponto de se atacarem fisicamente – e nao ligavam muito ao facto de nos estarmos no meio!
Na Astaldi aprendi Italiano, embora nao tivesse necessidade pois a lingua “oficial” era o frances. Mas eu sempre fui muito curiosa! O facto e que eles nos deixavam ir a loja italiana e era um pouco chato nao saber o que estavamos a comprar! Um pouco como quando fomos de ferias a Croacia ha 2 anos, e no supermercado a minha filha perguntou-me: “Precisamos de putar?” “Putar? O que e isso?” “Nao faco a minima ideia, mas a embalagem e bonita”. A outra razao que me levou a aprender a lingua, foi o facto de eu estar convencida que percebia bem o italiano, ate que um dia descobri que nao era verdade. Eles passavam a vida a dizer “pomeriggio” p’ra ca, “pomeriggio” p’ra la e eu convencidissima (por causa do frances) que isso tinha algo a ver com compota de maca! No dia em que descobri que era “periodo da tarde”, decidi que tinha de aprender a lingua. So que, a medida que o meu vocabulario aumentava, o meu conhecimento de palavroes aumentava em proporcao directa! Devo dizer que a maior parte deles eu nem em Portugues conhecia! Os vocabulario dos italianos com quem eu trabalhei ate faria qualquer habitante do Porto corar de embaraco!
Antes de deixar a Astaldi, fui a um jantar que o director ofereceu ao pessoal angolano. Foi a primeira vez que comi beringelas. Hoje gosto, mas aquelas nao tinham sido muito bem cozinhadas, estavam cheias de oleo, foi a pior coisa que ja comi na minha vida! Mas bem educada como sempre fui, engoli o que pude sem me queixar! Hoje quando convido alguem e me dizem que nao comem isto ou nao gostam daquilo (normalmente o menu completo do jantar), fico a pensar como em Angola, “la nas Africas” como muitos dizem aqui, mostravamos muito mais cortesia e boa educacao!
A Astaldi era uma companhia Italiana de construccao civil. Era uma companhia de servicos as petroliferas.
Posso afirmar, sem receio de engano, que foi um dos empregos em que mais aprendi. Talvez nao necessariamente coisas essenciais ou coisas que necessitava aprender, mas de qualquer modo foi muito educativo. Na Astaldi aprendi que as petroliferas constroem armazens para guardar lama. Alias era uma das maiores fontes de rendimento da companhia, os armazens de lamas. Ao principio ate pensei que tinha percebido mal, mas depois de ver a palavra em frances e em ingles nos documentos da companhia, tive de me render a evidencia e aceitar que era realmente isso que eles construiam: armazens de lamas!
La aprendi tambem que os Italianos precisam de escritorios espacosos – muito maiores do que aquele em que estavam alojados, na Rua Mouzinho de Albuquerque. Infelizmente, la espaco nao havia muito e o resultado era que o pessoal angolano estava sempre no lugar errado, entre 2 italianos, o que era bastante mau para a nossa saude, ja que quando eles conversavam nos tinhamos que evitar levar com os gestos deles na cara. O pior era que frequentemente eles nao conversavam, discutiam quase ao ponto de se atacarem fisicamente – e nao ligavam muito ao facto de nos estarmos no meio!
Na Astaldi aprendi Italiano, embora nao tivesse necessidade pois a lingua “oficial” era o frances. Mas eu sempre fui muito curiosa! O facto e que eles nos deixavam ir a loja italiana e era um pouco chato nao saber o que estavamos a comprar! Um pouco como quando fomos de ferias a Croacia ha 2 anos, e no supermercado a minha filha perguntou-me: “Precisamos de putar?” “Putar? O que e isso?” “Nao faco a minima ideia, mas a embalagem e bonita”. A outra razao que me levou a aprender a lingua, foi o facto de eu estar convencida que percebia bem o italiano, ate que um dia descobri que nao era verdade. Eles passavam a vida a dizer “pomeriggio” p’ra ca, “pomeriggio” p’ra la e eu convencidissima (por causa do frances) que isso tinha algo a ver com compota de maca! No dia em que descobri que era “periodo da tarde”, decidi que tinha de aprender a lingua. So que, a medida que o meu vocabulario aumentava, o meu conhecimento de palavroes aumentava em proporcao directa! Devo dizer que a maior parte deles eu nem em Portugues conhecia! Os vocabulario dos italianos com quem eu trabalhei ate faria qualquer habitante do Porto corar de embaraco!
Antes de deixar a Astaldi, fui a um jantar que o director ofereceu ao pessoal angolano. Foi a primeira vez que comi beringelas. Hoje gosto, mas aquelas nao tinham sido muito bem cozinhadas, estavam cheias de oleo, foi a pior coisa que ja comi na minha vida! Mas bem educada como sempre fui, engoli o que pude sem me queixar! Hoje quando convido alguem e me dizem que nao comem isto ou nao gostam daquilo (normalmente o menu completo do jantar), fico a pensar como em Angola, “la nas Africas” como muitos dizem aqui, mostravamos muito mais cortesia e boa educacao!
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
O misterio das cabecas de peixe
Como estao todos fartos de saber, a dieta em Luanda, nos primeiros tempos do pos-dipanda, era variada: peixe frito, ou peixe frito...ou ainda peixe frito....e sempre com arroz de tomate! No entanto, dependendo do “poder de troca” (nao do poder de compra pois o dinheiro nao valia grande coisa nessa altura), as vezes conseguia-se outras coisas. Quem trabalhasse na fabrica de cigarros AC, por exemplo, usava os cigarros para trocar por cerveja com alguem que trabalhasse na Cuca, que por sua vez trocava por uma galinha, um peru. A moeda de troca suprema era uma garrafa de whisky....do verdadeiro, nao daquele que todos destilavam nos anexos do quintal! ou que se comprava avulso em garrafas de plastico e do qual se desconhecia completamente a proveniencia ou a composicao! Nao conheco ninguem que depois de beber o tal vendido avulso tenha esticado o pernil, mas conheco muitos que tiveram dor de barriga a serio! Uma garrafa de whisky, geralmente acompanhada de algo mais “trivial” como por ex um saco de acucar ou batata (todo o mundo andava farto de arroz!), dava direito a troca suprema: um porco! Infelizmente havia um senao: os porcos, que tinham exactamente a mesma dieta que nos, tinham um gosto degueulasse a peixe! Era ainda pior do que comer peixe espada todos os dias! Tambem nao durou muito, os poucos porcos que havia, com gosto a peixe ou nao, foram rapidamente devorados e tornaram-se raca extinta! Comecou entao a ver-se o espirito combativo e lutador do angolano e comecaram a criar-se galinhas.....em apartamentos! Se pensam que a historia do porco em apartamento e invencao, enganam-se!
Quando eu comecei a trabalhar na Schlum, eu ia sempre almocar a casa ou entao ia para a praia a hora do almoco. Os estrangeiros que la trabalhavam nao tinham razao nem tempo para ir a casa e almocavam la, iam buscar o terno, que eles chamavam “take-aways” a cantina da Petrangol. O almoco nao variava: cabecas de carapau fritas com arroz de tomate e uma fatia de marmelada para sobremesa. Havia um engenheiro frances, de quem ainda hoje sou muito amiga, que so gostava da marmelada e trocava as cabecas dele pela marmelada dos outros e o almoco dele era sempre um prato cheinho de fatias de marmelada visto que os operadores angolanos nao gostavam e davam-lhe a deles tambem. Entretanto, o misterio das cabecas de peixe fazia uma confusao tal aos engenheiros, que resolveram armar em detectives para descobrir como os tais carapaus so tinham cabeca! Onde estavam os corpos? Foram undercover as cozinhas antes da hora do almoco e descobriram que os cozinheiros comiam-nos antes de servir as cabecas ao resto do pessoal!
Quando eu comecei a trabalhar na Schlum, eu ia sempre almocar a casa ou entao ia para a praia a hora do almoco. Os estrangeiros que la trabalhavam nao tinham razao nem tempo para ir a casa e almocavam la, iam buscar o terno, que eles chamavam “take-aways” a cantina da Petrangol. O almoco nao variava: cabecas de carapau fritas com arroz de tomate e uma fatia de marmelada para sobremesa. Havia um engenheiro frances, de quem ainda hoje sou muito amiga, que so gostava da marmelada e trocava as cabecas dele pela marmelada dos outros e o almoco dele era sempre um prato cheinho de fatias de marmelada visto que os operadores angolanos nao gostavam e davam-lhe a deles tambem. Entretanto, o misterio das cabecas de peixe fazia uma confusao tal aos engenheiros, que resolveram armar em detectives para descobrir como os tais carapaus so tinham cabeca! Onde estavam os corpos? Foram undercover as cozinhas antes da hora do almoco e descobriram que os cozinheiros comiam-nos antes de servir as cabecas ao resto do pessoal!
Subscrever:
Mensagens (Atom)